Depois da final do Paulista de 93 eu elegi a roupa que eu usei como amuleto de sorte; tênis Nike branco com o símbolo verde, meia branca com detalhe verde, cueca verde, calça verde, camisa hering verde de manga comprida e a camisa oficial do Verdão branca com umas listinhas na manga.
Todo jogo muito importante eu usava essa roupa. Como o tênis, a meia e cueca já eram bem velhinhos eu usava e chegando em casa, depois de lavados eu guardava tudo para o próximo jogo, tudo deu muito certo durante muito tempo, foram vários jogos:
Final do Rio São Paulo de 93 com o time reserva contra nosso maior freguês, sim o Corinthians.
Semifinal do brasileiro de 93 contra os bambis, lembram daquele golaço do César Sampaio ?
Final do brasileiro 93 contra vitória, nesse eu fui sem a camiseta de manga comprida, sabe como é dezembro sempre é quente.
Últimos jogos do paulista 94(eram pontos corridos); São Paulo (3x2 pra nós de virada, golaço do Evair de falta, no dia da morte do Senna), Ituano (1x0, gol do Rincon, eu invadi o gramado do Palestra, olha que vândalo), Santo André (1x0, gol do Evair, aqui fomos bi-campeões matematicamente) e 2x1 na Gambazada, nesses a roupa não foi lavada por falta de tempo.
1ª falha da roupa; São Paulo 2x1 Palmeiras no segundo jogo das oitavas de final da Libertadores, pela primeira vez a minha "roupa da sorte" falhou, mas eu creditei isso ao fato de não ter ido com a roupa completa, como estava muito calor eu não fui com a camisa hering de manga cumprida.
Em 95 contra o Grêmio naqueles 5x1 a roupa estava sendo usada lá no Palestra, mas na final do Paulista lá em Ribeirão eu fui de calção e camiseta, meus primos me olharam e falaram cadê a roupa ? Porra, camisa de manga cumprida em Ribeirão Preto é foda né? Devia ter usado...
Em 96 foi tudo tão fácil que no Paulista nem precisar usar a roupa da sorte. Mas no brasileiro contra o Grêmio pelas 4ª do brasileirão, eu estava todo paramentado, passando um calor do caralho e precisávamos só de 2 gols, mas ganhamos só de 1 a zero. Considerei a segunda falha da roupa.
Em 97 usei a roupa em quatro jogos seguidos, na semifinal contra Inter, Atlético/MG e Santos três vitórias no Morumbi e a final contra o Vasco num 0x0 frouxo, mas sem culpa da minha roupa.
O foda é que eu já estava indo pro campo parecendo um mendigo, pois a roupa já estava toda fudida, o tênis era mais silver type do que outra coisa, mas estava valendo. Minha mulher achava um horror.
Em 98 na semifinal contra os Santos eu era a única pessoa com manga comprida lá na
Vila Belmiro, golaço do Darci e era "nóis" na final, o foda é que na saída eu rasguei a calça, já fudida, no joelho. É lógico que minha mãe remendou e na final contra As Marias, lá estava eu no Morumba com minha roupa da sorte, para ver o Oseias marcar aquele gol sem angulo que nos levou para a Libertadores . Nas quartas de final do brasileiro, de novo contra o Cruzeiro, só precisávamos de um empate, mas mesmo assim fui com a “roupa”, tomamos um gol aos 40 minutos do Fabio Jr e o Clebão ainda teve tempo de perder um gol feito e perdemos; 3x2. Mas vinte dias depois já estávamos em outra final, agora da Mercosul, e contra quem ? Sim, de novo os azuizinhos de minas, segundo e terceiro jogos na semana depois do Natal, um calor do caralho e eu lá de roupa de inverno, a roupa já estava tão velha que meu maior medo era dela se desintegrar, na saída dos jogos não sei por que, mas as pessoas se afastavam para eu passar, mas o importante é que ganhamos as duas e fomos campeões.
Em 99, foi o ano em que eu mais usei aquela roupa, na estréia da Libertadores contra a Gambazada eu suei uns 3 litros, mas passei calor com um propósito e valeu. Nesse ano eu comecei a usar a roupa também em casa. E fomos passando, nas duas partidas contra a gambazada meus amigos me ligavam para eu ir com a roupa, como se eu fosse usar outra coisa. Nessa época a meia tinha mais furos que uma peneira e se eu peidasse a cueca furava. Veio a semifinal contra River, foi numa semana que eu passei em um evento no interior e voltei no dia do jogo e fazia uma semana que não me barbeava, depois do show do Alex, estava eu numa barraqinha esperando o meu sanduba de pernil, quando um grupo de Palestrinos chegaram perto de mim, sentiram primeiro o meu cheirinho e depois pena daquele maltrapilho e mandaram o Bigode(dono da barraca) me dar um lanche e uma coca que eles pagavam. Eu imitei um bêbado, agradeci e comi os dois lanches.
Na primeira final do Paulista contra o time da Marginal Sem Nº não fui com a roupa, era gastar vela com mau defunto e afinal o que era um estado, perto de um continente ?
Na final contra o Desportivo é lógico que eu usei minha roupa nos dois jogos, na primeira partida em casa e depois no Palestra, depois do jogo, já na Av. Paulista minha já desgastada camiseta hering não agüentou tanta comemoração e rasgou toda a parte das costas. Minha mãe se recusou a consertar aquele trapo, implorei, ela me ofereceu dinheiro para eu comprar umas 5 camisetas, mas eu precisava daquela ali, contrariada ela remendou minha camiseta verde.
Ainda em 99, dia 30 de novembro, acordei às 5 da manhã, acordei ? E quem disse que eu dormi ? Peguei minha roupa da sorte no guarda-roupa, coloquei tudo com cuidado e fiquei esperando aquele jogo. Foi a 3ª e mais sentida falha da minha roupa, apesar de que ela não foi a única culpada, o sr. Hellmut Krug (uma espécie de Paulo César de Oliveira da Alemanha) teve grande participação ao anular dois gols do Verdão. Oito dias depois, lá estava eu no Palestra Itália com a mesma roupa e despachamos o San Lourenço por 3x0 com o Arce matando a pau. De novo na final, dessa vez contra Flamengo, ingresso comprado, minha mãezinha passou muito mal e foi internada na tarde do jogo, como vi que ela não ia receber alta, liguei para que minha mulher trouxesse minha roupa da sorte pois iria assistir o jogo do quarto da véia, quando Paulo Nunes fez o terceiro gol, o da virada eu gritei tanto que o quarto encheu, médicos, enfermeiras e até um segurança vieram ver o que estava acontecendo. Minha mãe teve que insistir muito para acreditarem que eu não era um mendigo que havia invadido o hospital, o foda é que no finalzinho do jogo tomamos o gol de empate e acabamos vice. Tirei a roupa e olhei pra ela desapontado, porra; 4ª falha, sendo duas em menos de um mês.
Depois de muita insistência da minha mulher, concordei que não iria mais usar aqueles trapos (era dessa forma desrespeitosa que ela se referia a minha roupa), veio o Rio-São Paulo e na final contra o Vasco eu fui com uma camisa nova do PALMEIRAS que minha mulher me deu no natal, meus primos se recusaram a falar comigo no caminho do Morumbi, mas depois dos 4 a zero todos chegamos a conclusão que o Verdão não precisava de nenhum amuleto. Chegando em casa peguei a caixa onde eu escondi minha roupa e pensei em joga-la fora, mas foram tantas emoções que vivemos juntos que eu desisti.O tempo foi passando e no jogo contra o Peñarol no Parque Antártica, aquela disputa de penaltys foi foda, mas passamos e eu de camiseta nova. Contra o Atlas do México foram duas vitórias e a certeza que esse negócio de roupa da sorte é coisa de gente fraca da cabeça. Semifinal da Libertadores contra os Gambás, o Palmeiras tinha um time que não era tão bom quanto o do ano anterior, mas tínhamos Felipão e nosso dever divino de não deixar o “mal” se espalhar pela Terra. Primeiro jogo; 4x3 pra eles, e que puta jogo, mas tomamos o 4º gol no ultimo minuto. No caminho de volta, ninguém dentro do carro abriu a boca, eu só pensava na roupa. Uma semana depois, quando saí do quarto com meu uniforme de mendigão-verde, minha mulher indignada; mas você não tinha jogado “isso” fora ? Dei um beijo nela e fui para o portão, quando meus primos chegaram e me viram com a roupa da sorte o semblante carregado deles sumiu e a confiança era o nosso único sentimento. O que aconteceu no jogo todo mundo sabe, depois que São Marcos defendeu o pênalti “dele” eu sabia que já tinha vindo vestido para festa.
Na grande final contra o Boca Junior lá estava eu, de novo, vestido com minha roupa, e o jogo foi passando e o único gol que precisávamos não saia, e foi assim até o final das disputas de pênaltis, pela quinta vez minha roupa falhou, mas dessa vez não passou impune, revoltado tirei, ali mesmo os tênis e os arremessei no campo, o mesmo fiz com as meias e com a velha camiseta hering já tão gasta, voltei para casa descalço, de toda a roupa só tenho a velha camisa do PALMEIRAS, a calça e a cueca foram para o lixo. Coincidentemente depois do fim da minha roupa da sorte, os títulos do Verdão se tornaram escassos, mas a culpa não é da roupa e sim do Mustaphá.
Mania de torcedor ? Graças a Deus eu sou uma pessoa sensata e não tenho isso não.
Todo jogo muito importante eu usava essa roupa. Como o tênis, a meia e cueca já eram bem velhinhos eu usava e chegando em casa, depois de lavados eu guardava tudo para o próximo jogo, tudo deu muito certo durante muito tempo, foram vários jogos:
Final do Rio São Paulo de 93 com o time reserva contra nosso maior freguês, sim o Corinthians.
Semifinal do brasileiro de 93 contra os bambis, lembram daquele golaço do César Sampaio ?
Final do brasileiro 93 contra vitória, nesse eu fui sem a camiseta de manga comprida, sabe como é dezembro sempre é quente.
Últimos jogos do paulista 94(eram pontos corridos); São Paulo (3x2 pra nós de virada, golaço do Evair de falta, no dia da morte do Senna), Ituano (1x0, gol do Rincon, eu invadi o gramado do Palestra, olha que vândalo), Santo André (1x0, gol do Evair, aqui fomos bi-campeões matematicamente) e 2x1 na Gambazada, nesses a roupa não foi lavada por falta de tempo.
1ª falha da roupa; São Paulo 2x1 Palmeiras no segundo jogo das oitavas de final da Libertadores, pela primeira vez a minha "roupa da sorte" falhou, mas eu creditei isso ao fato de não ter ido com a roupa completa, como estava muito calor eu não fui com a camisa hering de manga cumprida.
Em 95 contra o Grêmio naqueles 5x1 a roupa estava sendo usada lá no Palestra, mas na final do Paulista lá em Ribeirão eu fui de calção e camiseta, meus primos me olharam e falaram cadê a roupa ? Porra, camisa de manga cumprida em Ribeirão Preto é foda né? Devia ter usado...
Em 96 foi tudo tão fácil que no Paulista nem precisar usar a roupa da sorte. Mas no brasileiro contra o Grêmio pelas 4ª do brasileirão, eu estava todo paramentado, passando um calor do caralho e precisávamos só de 2 gols, mas ganhamos só de 1 a zero. Considerei a segunda falha da roupa.
Em 97 usei a roupa em quatro jogos seguidos, na semifinal contra Inter, Atlético/MG e Santos três vitórias no Morumbi e a final contra o Vasco num 0x0 frouxo, mas sem culpa da minha roupa.
O foda é que eu já estava indo pro campo parecendo um mendigo, pois a roupa já estava toda fudida, o tênis era mais silver type do que outra coisa, mas estava valendo. Minha mulher achava um horror.
Em 98 na semifinal contra os Santos eu era a única pessoa com manga comprida lá na
Vila Belmiro, golaço do Darci e era "nóis" na final, o foda é que na saída eu rasguei a calça, já fudida, no joelho. É lógico que minha mãe remendou e na final contra As Marias, lá estava eu no Morumba com minha roupa da sorte, para ver o Oseias marcar aquele gol sem angulo que nos levou para a Libertadores . Nas quartas de final do brasileiro, de novo contra o Cruzeiro, só precisávamos de um empate, mas mesmo assim fui com a “roupa”, tomamos um gol aos 40 minutos do Fabio Jr e o Clebão ainda teve tempo de perder um gol feito e perdemos; 3x2. Mas vinte dias depois já estávamos em outra final, agora da Mercosul, e contra quem ? Sim, de novo os azuizinhos de minas, segundo e terceiro jogos na semana depois do Natal, um calor do caralho e eu lá de roupa de inverno, a roupa já estava tão velha que meu maior medo era dela se desintegrar, na saída dos jogos não sei por que, mas as pessoas se afastavam para eu passar, mas o importante é que ganhamos as duas e fomos campeões.
Em 99, foi o ano em que eu mais usei aquela roupa, na estréia da Libertadores contra a Gambazada eu suei uns 3 litros, mas passei calor com um propósito e valeu. Nesse ano eu comecei a usar a roupa também em casa. E fomos passando, nas duas partidas contra a gambazada meus amigos me ligavam para eu ir com a roupa, como se eu fosse usar outra coisa. Nessa época a meia tinha mais furos que uma peneira e se eu peidasse a cueca furava. Veio a semifinal contra River, foi numa semana que eu passei em um evento no interior e voltei no dia do jogo e fazia uma semana que não me barbeava, depois do show do Alex, estava eu numa barraqinha esperando o meu sanduba de pernil, quando um grupo de Palestrinos chegaram perto de mim, sentiram primeiro o meu cheirinho e depois pena daquele maltrapilho e mandaram o Bigode(dono da barraca) me dar um lanche e uma coca que eles pagavam. Eu imitei um bêbado, agradeci e comi os dois lanches.
Na primeira final do Paulista contra o time da Marginal Sem Nº não fui com a roupa, era gastar vela com mau defunto e afinal o que era um estado, perto de um continente ?
Na final contra o Desportivo é lógico que eu usei minha roupa nos dois jogos, na primeira partida em casa e depois no Palestra, depois do jogo, já na Av. Paulista minha já desgastada camiseta hering não agüentou tanta comemoração e rasgou toda a parte das costas. Minha mãe se recusou a consertar aquele trapo, implorei, ela me ofereceu dinheiro para eu comprar umas 5 camisetas, mas eu precisava daquela ali, contrariada ela remendou minha camiseta verde.
Ainda em 99, dia 30 de novembro, acordei às 5 da manhã, acordei ? E quem disse que eu dormi ? Peguei minha roupa da sorte no guarda-roupa, coloquei tudo com cuidado e fiquei esperando aquele jogo. Foi a 3ª e mais sentida falha da minha roupa, apesar de que ela não foi a única culpada, o sr. Hellmut Krug (uma espécie de Paulo César de Oliveira da Alemanha) teve grande participação ao anular dois gols do Verdão. Oito dias depois, lá estava eu no Palestra Itália com a mesma roupa e despachamos o San Lourenço por 3x0 com o Arce matando a pau. De novo na final, dessa vez contra Flamengo, ingresso comprado, minha mãezinha passou muito mal e foi internada na tarde do jogo, como vi que ela não ia receber alta, liguei para que minha mulher trouxesse minha roupa da sorte pois iria assistir o jogo do quarto da véia, quando Paulo Nunes fez o terceiro gol, o da virada eu gritei tanto que o quarto encheu, médicos, enfermeiras e até um segurança vieram ver o que estava acontecendo. Minha mãe teve que insistir muito para acreditarem que eu não era um mendigo que havia invadido o hospital, o foda é que no finalzinho do jogo tomamos o gol de empate e acabamos vice. Tirei a roupa e olhei pra ela desapontado, porra; 4ª falha, sendo duas em menos de um mês.
Depois de muita insistência da minha mulher, concordei que não iria mais usar aqueles trapos (era dessa forma desrespeitosa que ela se referia a minha roupa), veio o Rio-São Paulo e na final contra o Vasco eu fui com uma camisa nova do PALMEIRAS que minha mulher me deu no natal, meus primos se recusaram a falar comigo no caminho do Morumbi, mas depois dos 4 a zero todos chegamos a conclusão que o Verdão não precisava de nenhum amuleto. Chegando em casa peguei a caixa onde eu escondi minha roupa e pensei em joga-la fora, mas foram tantas emoções que vivemos juntos que eu desisti.O tempo foi passando e no jogo contra o Peñarol no Parque Antártica, aquela disputa de penaltys foi foda, mas passamos e eu de camiseta nova. Contra o Atlas do México foram duas vitórias e a certeza que esse negócio de roupa da sorte é coisa de gente fraca da cabeça. Semifinal da Libertadores contra os Gambás, o Palmeiras tinha um time que não era tão bom quanto o do ano anterior, mas tínhamos Felipão e nosso dever divino de não deixar o “mal” se espalhar pela Terra. Primeiro jogo; 4x3 pra eles, e que puta jogo, mas tomamos o 4º gol no ultimo minuto. No caminho de volta, ninguém dentro do carro abriu a boca, eu só pensava na roupa. Uma semana depois, quando saí do quarto com meu uniforme de mendigão-verde, minha mulher indignada; mas você não tinha jogado “isso” fora ? Dei um beijo nela e fui para o portão, quando meus primos chegaram e me viram com a roupa da sorte o semblante carregado deles sumiu e a confiança era o nosso único sentimento. O que aconteceu no jogo todo mundo sabe, depois que São Marcos defendeu o pênalti “dele” eu sabia que já tinha vindo vestido para festa.
Na grande final contra o Boca Junior lá estava eu, de novo, vestido com minha roupa, e o jogo foi passando e o único gol que precisávamos não saia, e foi assim até o final das disputas de pênaltis, pela quinta vez minha roupa falhou, mas dessa vez não passou impune, revoltado tirei, ali mesmo os tênis e os arremessei no campo, o mesmo fiz com as meias e com a velha camiseta hering já tão gasta, voltei para casa descalço, de toda a roupa só tenho a velha camisa do PALMEIRAS, a calça e a cueca foram para o lixo. Coincidentemente depois do fim da minha roupa da sorte, os títulos do Verdão se tornaram escassos, mas a culpa não é da roupa e sim do Mustaphá.
Mania de torcedor ? Graças a Deus eu sou uma pessoa sensata e não tenho isso não.
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