quinta-feira, 12 de junho de 2008

HÁ 15 ANOS DE UM DIA INESQUECÍVEL



Dia 12 de junho de 1993, um sábado nublado, um dia dos namorados em que muitos palmeirenses trocaram a namorada pelo time. Eu fui um deles. O Palmeiras foi o melhor da fase de classificação e dos quadrangulares finais, mas a vantagem de jogar por dois empates foi perdida na derrota para o Corinthians no primeiro jogo das finais. Viola com seu gol porco havia desbancado o favorito Verdão e aquela semana foi um tormento para todo palestrino, todos os fantasmas dos 16 anos sem titulo estavam povoando as nossas cabeças. Mas a esperança é, e sempre foi, verde.
Acordei cedo, na verdade nem consegui dormir direito, as 10 horas da manhã parti para o Morumbi. Meio-dia bati um sanduba de pernil na barraca do Bigode e logo em seguida já entrei no estádio. Os minutos se arrastavam e depois de uma espera angustiante, finalmente o Palmeiras estava em campo. Eu, e todos os palmeirenses, tínhamos a certeza que seria hoje o fim da famigerada fila. Primeiro lance do jogo e o Animal já quase marca. O Palmeiras mata o Corinthians e só dá Verdão. Quem freqüenta arquibancada sabe o que eu vou dizer, pairava no ar a confiança de que nós venceríamos, a torcida estava dando um show a parte. Do mesmo modo que os minutos se arrastaram até o inicio do jogo, depois que este começou o tempo voou, olhei para o relógio e já tinham passado 35 minutos. Aos 36 aconteceu o inevitável, o melhor comprovava sua supremacia e depois de tanto martelar, Evair tocou para o Zinho que bateu cruzado, a bola não foi forte, mas assim que ela passou pelo Ronaldo, o Morumba explodiu em verde. Depois do gol do Zinho, parecia que eu estava num filme, vieram as expulsões (Henrique, Ronaldo e injustamente Tonhão), nós sabíamos que o Corinthians não conseguiria marcar gol na gente, mas queríamos mais. E tivemos mais, gol de Evair, gol de Edílson, fim do jogo e veio a prorrogação.
No final do 1º tempo da prorrogação, pênalti para o Verdão, quando Evair pegou a bola, as lagrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, Gol, junto com cada um dos palmeirenses que lotavam o Morumbi eu comecei a pular. Pulamos e cantamos os 15 minutos do segundo tempo da prorrogação só esperando o apito final. A cada pulo eu lembrava os tropeços dos dezesseis anos de fila. Lembrei de todos os jogos decisivos que eu vi, no campo, o meu Verdão sucumbir e ser batido de forma inexplicável. A única certeza que eu tinha era que tudo tinha valido a pena, para viver o que nós estávamos vivendo, ali na arquibancada do Morumbi, eu teria ficado 50 anos na fila.
E o apito final veio e o grito de é Campeão foi ouvido por toda cidade, por todo estado, em todo o país. Do Morumbi eu fui para a Paulista, da Paulista fui para o Palestra, voltei para a Paulista e só cheguei em casa no dia seguinte. Lindo foi ver os velhinhos palestrinos no Parque Antártica gritando; chupa Viola, imita o porco agora.
Já se passaram 15 anos, mas aquele 12 de junho de 93 ficará para sempre na minha memória, e na de todos os palmeirenses, e eu agradeço a Deus por ter estado lá e participado da história do meu Verdão.

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